Localg.a.p. frutas e vegetais: Fomentando o caminho do pequeno produtor rumo à certificação

A QIMA/WQS ampliou seus serviços ao incluir o localg.a.p., um programa do GLOBALG.A.P. para apoiar pequenos produtores agrícolas em mercados emergentes. A iniciativa visa promover boas práticas agrícolas a nível local, oferecendo soluções acessíveis para melhorar métodos de cultivo.

Para muitos produtores, alcançar imediatamente a Certificação GLOBALG.A.P. pode ser um desafio. O localg.a.p. se destaca para o setor fornecendo uma estrutura flexível e adaptável que estabelece metas graduais e alcançáveis. Essa abordagem permite que os produtores progridam em direção à excelência agrícola de forma sustentável, ao mesmo tempo em que atendem às demandas crescentes do mercado por produtos agrícolas de qualidade.

Expandindo fronteiras de pequenos produtores com o programa localg.a.p.

Desde 2021, o programa foi implementado com sucesso em diversos países, incluindo África do Sul, Argentina, Guatemala, Nigéria, Portugal, EUA e Moçambique. Agora, disponibilizado pela QIMA/WQS com exclusividade, a verificação chega para atender aos produtores no Brasil. Além de capacitar e fortalecer comunidades agrícolas locais, o localg.a.p. é uma ferramenta que auxilia o produtor a adotar boas práticas agrícolas que podem melhorar a eficiência da gestão da fazenda, a  redução a exposição a riscos de segurança de alimentos e a cumprir a legislação nacional, quando aplicável.

Helen Prosdocini, Diretora Técnica de Sustentabilidade e Agricultura na QIMA/WQS, esclarece: "É importante ressaltar que o localg.a.p. não é uma certificação em si. Ele funciona como um processo preparatório essencial que precede a obtenção da certificação".

Embora não seja obrigatório, o programa é um passo para se chegar à certificação. Helen afirma que o local.a.p. não apenas estabelece as bases para a certificação, mas também serve como uma ferramenta para o desenvolvimento de capacidades, preparando os produtores para ingressarem em programas de boas práticas agrícolas em mercados emergentes. “O nível de entrada do programa, para exemplificar, visa familiarizar os produtores com as regras e requisitos de certificação, abordando aspectos como controle de não conformidade e cumprimento das normas. Os níveis seguintes são o nível base e o nível intermediário, até chegar à certificação GLOBALG.A.P., se essa for a meta”, explica.

 

Base global, aplicação local

Compreendendo que o localg.a.p não é uma certificação por si só, é importante destacar que sua estrutura se baseia nos padrões estabelecidos pelo GLOBALG.A.P. para uma compreensão mais clara, delineamos as diferenças entre eles:


Localg.a.p (Garantia de Produção Primária)

GLOBALG.A.P. (Garantia de Produção Integrada)

Avaliação

Certificação

LGN

GGN

Subconjunto de requisitos com três níveis: entrada, base e intermediário

Um único nível com um conjunto de requisitos

Organismos de certificação ou verificação aprovados

Organismos de certificação aprovados

Carta de conformidade

Certificado

Foco em mercados locais e capacitação

Apto para mercados de exportação

 

Pavimentando o caminho para a certificação

Sendo um programa de entrada, o processo de conformidade do localg.a.p, em comparação com o rigor do GLOBALG.A.P, é significativo. Enquanto o GLOBALG.A.P estipula 222 pontos de controle abrangendo rastreabilidade, sistema de gestão, meio ambiente, saúde e segurança dos trabalhadores, e segurança dos alimentos, o localg.a.p reduz significativamente essa carga.

No nível de entrada, o número de requisitos cai para 74 no total, com 86 no nível base e 128 no nível intermediário. Isso oferece uma transição gradual e acessível para os produtores, permitindo-lhes se familiarizarem com os padrões e procedimentos de certificação.

Para pavimentar esse caminho e conquistar a carta de conformidade do programa, o produtor precisa seguir alguns passos essenciais:

  1. Familiarizar-se com os documentos normativos.
  2. Escolher a opção de verificação localG.A.P, esse será individual ou em formato de grupo de produtores e qual o nível desejado.
  3. Concluir o processo de registro com a QIMA/WQS.
  4. Realizar a avaliação conforme as diretrizes estabelecidas.
  5. Concluir o processo de obtenção da carta de conformidade.
  6. Manter a carta de conformidade, garantindo a continuidade do cumprimento das normas estabelecidas pelo programa, que possui validade anual.


Benefícios do programa e resultados positivos da verificação no Brasil

Apesar da recente implementação entre os produtores brasileiros, a verificação agrícola já está gerando resultados notáveis. O Consevitis-RS (Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul) destaca o engajamento ativo das processadoras de uva em um projeto pioneiro. "Durante as auditorias, foram meticulosamente avaliados os sistemas de gestão da qualidade de seis grupos de produtores, envolvendo um total de 180 produtores rurais", explica Janine Basso Lisboa, Gerente de Projetos na AgroDtech. "Os resultados foram extremamente positivos, com os produtores auditados demonstrando um alto nível de conformidade e poucas necessidades de ajustes", complementa.

Entre os benefícios dessa verificação, Janine pontua a estruturação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), a opção de avaliação de conformidade em grupo feita por amostragem, o custo/benefício e a credibilidade que a realização de uma auditoria por um organismo de certificação independente proporciona. "Além disso, o olhar externo trazido pela certificadora também contribui significativamente para o crescimento", complementa.

No Brasil, a QIMA se destaca como pioneira e única na oferta deste programa, oferecendo aos produtores a oportunidade de obter a carta de conformidade do localg.a.p. para frutas e vegetais por meio da QIMA/WQS. Esta iniciativa não apenas fortalece a credibilidade e competitividade dos produtores locais, mas também impulsiona a qualidade e segurança dos produtos agrícolas brasileiros, alinhando-se com os padrões internacionais de excelência.